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O índice desempregados no país caiu de 8,3% para 7,8% no trimestre móvel terminado em agosto, uma redução de 0,5 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, finalizado no mês de maio. Esse é o menor índice desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. 

Ao todo são 8,4 de pessoas desocupadas ante 8,9 milhões da pesquisa anterior. É o menor contigente em números absolutos desde o trimestre móvel encerrado em junho de 2014, que na época apontou 7 milhões de desempregados.

Os dados, que abrangem tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal, estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (29).

A PNAD mostra ainda que o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 37,248 milhões, com alta de 1,1% (mais 422 mil) no trimestre e de 3,5% (mais 1,3 milhão) no ano. Foi o maior contingente desde fevereiro de 2015 (37,288 milhões).

O número de empregados sem carteira no setor privado (13,2 milhões) cresceu 2,1% no trimestre (mais 266 mil pessoas) e ficou estável no ano. 

O rendimento real habitual (R$ 2.947) ficou estável no trimestre e cresceu 4,6% no ano.

Confira outros dados da pesquisa

População ocupada (99,7 milhões) cresceu 1,3% no trimestre (mais 1,3 milhão de pessoas) e 0,6% (mais 641 mil pessoas) no ano.

Percentual de pessoas ocupadas em idade de trabalhar: 57,0%, crescendo 0,6 p.p. frente ao trimestre de março a maio (56,4%) e ficando estável no ano. 

Taxa composta de subutilização (17,7%) recuou 0,5 p.p. no trimestre (18,2%) e caiu 2,9 p.p. ante o trimestre encerrado em julho de 2022 (20,5%). Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015 (17,4%).

População subutilizada (20,2 milhões de pessoas) caiu 2,2% no trimestre e recuou 15,5% no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016 (19,983 milhões) 

População fora da força de trabalho (66,8 milhões) caiu 0,5% ante o trimestre anterior (menos 347 mil pessoas) e cresceu 3,4% (mais 2,2 milhões) na comparação anual.

População desalentada (3,6 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e caiu 16,2% (menos 692 mil pessoas) no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em setembro de 2016 (3,5 milhões).

Percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,2%) caiu 0,2 p.p. no trimestre e recuou 0,6 p.p. no ano. Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em agosto de 2016 (3,2%). 

Empregados sem carteira no setor privado (13,2 milhões) cresceu 2,1% no trimestre (mais 266 mil pessoas) e ficou estável no ano. 

Trabalhadores por conta própria (25,4 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 2,0% no ano (menos 509 mil pessoas).  

Trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) cresceu 2,8% ante o trimestre anterior e ficou estável frente ao trimestre encerrado em agosto de 2022. 

Taxa de informalidade foi de 39,1 % da população ocupada (ou 38,9 milhões de trabalhadores informais) contra 38,9% no trimestre anterior e 39,7% no mesmo trimestre de 2022. 

Empregadores (4,2 milhões de pessoas) ficou estável nas duas comparações, assim como o número de empregados no setor público (12,2 milhões de pessoas). 

 Leia aqui a pesquisa completa do IBGE

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O índice desempregados no país caiu de 8,3% para 7,8% no trimestre móvel terminado em agosto, uma redução de 0,5 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, finalizado no mês de maio. Esse é o menor índice desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. 

Ao todo são 8,4 de pessoas desocupadas ante 8,9 milhões da pesquisa anterior. É o menor contigente em números absolutos desde o trimestre móvel encerrado em junho de 2014, que na época apontou 7 milhões de desempregados.

Os dados, que abrangem tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal, estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (29).

A PNAD mostra ainda que o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 37,248 milhões, com alta de 1,1% (mais 422 mil) no trimestre e de 3,5% (mais 1,3 milhão) no ano. Foi o maior contingente desde fevereiro de 2015 (37,288 milhões).

O número de empregados sem carteira no setor privado (13,2 milhões) cresceu 2,1% no trimestre (mais 266 mil pessoas) e ficou estável no ano. 

O rendimento real habitual (R$ 2.947) ficou estável no trimestre e cresceu 4,6% no ano.

Confira outros dados da pesquisa

População ocupada (99,7 milhões) cresceu 1,3% no trimestre (mais 1,3 milhão de pessoas) e 0,6% (mais 641 mil pessoas) no ano.

Percentual de pessoas ocupadas em idade de trabalhar: 57,0%, crescendo 0,6 p.p. frente ao trimestre de março a maio (56,4%) e ficando estável no ano. 

Taxa composta de subutilização (17,7%) recuou 0,5 p.p. no trimestre (18,2%) e caiu 2,9 p.p. ante o trimestre encerrado em julho de 2022 (20,5%). Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015 (17,4%).

População subutilizada (20,2 milhões de pessoas) caiu 2,2% no trimestre e recuou 15,5% no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016 (19,983 milhões) 

População fora da força de trabalho (66,8 milhões) caiu 0,5% ante o trimestre anterior (menos 347 mil pessoas) e cresceu 3,4% (mais 2,2 milhões) na comparação anual.

População desalentada (3,6 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e caiu 16,2% (menos 692 mil pessoas) no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em setembro de 2016 (3,5 milhões).

Percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,2%) caiu 0,2 p.p. no trimestre e recuou 0,6 p.p. no ano. Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em agosto de 2016 (3,2%). 

Empregados sem carteira no setor privado (13,2 milhões) cresceu 2,1% no trimestre (mais 266 mil pessoas) e ficou estável no ano. 

Trabalhadores por conta própria (25,4 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 2,0% no ano (menos 509 mil pessoas).  

Trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) cresceu 2,8% ante o trimestre anterior e ficou estável frente ao trimestre encerrado em agosto de 2022. 

Taxa de informalidade foi de 39,1 % da população ocupada (ou 38,9 milhões de trabalhadores informais) contra 38,9% no trimestre anterior e 39,7% no mesmo trimestre de 2022. 

Empregadores (4,2 milhões de pessoas) ficou estável nas duas comparações, assim como o número de empregados no setor público (12,2 milhões de pessoas). 

 Leia aqui a pesquisa completa do IBGE

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Os últimos meses têm sido marcados pela intensificação da mobilização da CUT, centrais sindicais e movimentos populares, além de setores produtivos contra a alta taxa de juros, mantida pelo Banco Central, desde agosto de 2022 em 13,75%. É a maior taxa do mundo e traz inúmeros prejuízos à economia do país e, sobretudo, à população brasileira – os trabalhadores e trabalhadoras.

O governo federal, empresários, economistas progressistas, centrais sindicais e movimentos sociais são unânimes em afirmar que os juros altos travam o crescimento econômico, aumentam a dívida pública, impedem a geração de empregos e ainda provocam a desigualdade.

Um estudo internacional publicado em 2021, já mostrava que nos países em que os bancos centrais são independentes, ou seja, o Executivo não tem ingerência sobre as decisões da instituição, fica restringida indiretamente a política fiscal e acaba por enfraquecer a capacidade do governo de se envolver na redistribuição de renda. (veja abaixo).

Mas afinal, qual é o papel do Banco Central para o país. O que faz, e qual seu poder de atuação? Para responder essas e outras questões, o Portal CUT mostra, a seguir, quais são os principais pontos que todos os trabalhadores devem ter em mente sobre a instituição para entender de forma clara como a o BC vem tornando as nossas vidas financeiras mais difíceis.

O que é o Banco Central?

Criado em 1964, a instituição é uma autarquia de natureza especial, inicialmente comandada pelo Executivo Federal com o propósito de regular, por meio de uma política monetária, a economia brasileira.

Para que serve?

Entre as atribuições estão o controle da inflação, garantir a solidez do sistema financeiro, gerenciar a circulação da moeda nacional (em espécie) além de ser o banco dos bancos e o banco do governo.

Isso significa que o BC funciona como uma instituição onde os bancos mantêm contas com suas reservas, que são monitoras a fim de garantir que transações financeiras aconteçam, ou seja que assegurem que os demais bancos terão capital suficiente para arcar com seus compromissos.

É também o banco do governo, que também mantém no BC suas reservas nacionais e internacionais.

Outra responsabilidade do Banco Central, definida por lei, é fomentar o pleno emprego no Brasil.

Comitê de Política Monetária – Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente (hoje, Roberto Campos Neto) e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia – a Selic.

Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

A última reunião foi realizada nos dias 20 e 21 de junho, quando o Copom definiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano. A próxima reunião deverá ocorrer em agosto.

Autonomia – o que é a quem serve?

Em 2021 o ex-presidente Jari Bolsonaro (PL), sancionou a Lei Complementar 179 que deu autonomia ao Banco Central. Se antes a instituição era subordinada ao executivo, a partir da lei passou a ter autonomia para, por exemplo, como acontece hoje, manter taxas elevadas de juros como política monetária, tornando-se, portanto, parcial em seu posicionamento, já que penaliza a classe trabalhadora e favorece os rentistas (aqueles que ganham dinheiro com investimentos e não com produção) e o sistema financeiro (os bancos).

Em outras palavras, transfere recursos da população ao sistema financeiro, promovendo ainda mais desigualdade no país.

A autonomia, de acordo com a lei, dá poder ao BC que as metas da política monetária sejam estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (Copom), ligado ao próprio banco.

O presidente do Banco Central é escolhido pelo presidente da República e tem mandato de quatro anos. A figura que atualmente ocupa o cargo é o declarado apoiador de Bolsonaro, Roberto Campos Neto, que de acordo com o movimento sindical tem agido para boicotar o atual governo com a manutenção toda taxa básica de juros em patamares elevados.

De acordo com a lei, apenas o Senado tem o poder de avaliar a conduta do presidente do Banco Central. Desta forma, é o Senado que pode decidir a permanência dele no cargo.

Política monetária – como os juros altos impactam na vida de cada um

Por ter a finalidade de controlar e alcançar as metas de inflação do país, o Banco Central define, por meio da política monetária, qual a taxa de juros básica a ser aplicada no país. É conhecida como Selic e serve de referência para todas as transações financeiras realizadas, desde empréstimos pessoais a juros do cartão de crédito, passando por operações que movimentam a economia do país como os financiamentos destinados à produção nos mais diversos setores.

Ou seja, não somente o cidadão, mas também o setor produtivo – as empresas, o comércio, as indústrias, a agricultura e a pecuária também ficam submetidas a tal política.

Trabalhadores: Para o cidadão comum, os impactos mais cotidianos são sentidos na hora de pagar as contas. Um exemplo simples é quando o brasileiro, por conta do orçamento apertado, precisa entrar no rotativo do cartão de crédito. É a alta taxa de juros do Banco Central o ponto de partida para que os bancos e administradoras de cartões pratiquem a taxa de mais de 400% ao ano.

Trabalhadores e trabalhadoras também sentem no bolso a alta taxa de juros ao comprar bens de consumo como eletrodomésticos, veículos, entre outros. Com a taxa de juros em 13,75%, o consumidor acaba pagando cerca de 50% do valor do bem adquirido, somente como juros.

“Os juros estão embutidos nos produtos. Quando um trabalhador vai comprar uma geladeira, um fogão, ele não compra à vista. Ele financia e com os juros praticados, compra um, mas acaba pagando por três”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre, durante os atos contra os juros altos, realizados no dia 21 de junho.

Setor produtivo: Por este motivo, o fomento à geração de empregos, previsto em lei como atribuição do Banco Central, fica comprometido. Com juros altos, o consumo se reduz e isso impacta na produção, que por sua vez gera empregos. Ou seja, se não há consumo, não há produção, se não há produção não há empregos, se não há empregos não há consumo e assim a economia na gira.

“A taxa de juros, que é definida pelo BC, tem o poder de gerar emprego ou de causar desemprego. Quando está muito alta, como agora, ela impede a geração de emprego. Porque, com a taxa tão alta, as pessoas não conseguem comprar, não conseguem financiar uma casa, porque vão pagar duas. Elas não vão financiar um carro, porque metade do preço vai ser de juros”, explicou a vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, também vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Governo e investimentos públicos: com a Selic alta, o governo federal também fica obrigado a dispor de mais recursos que poderiam ser destinados a áreas sociais. Para manter investimentos, é praxe o governo emitir títulos da dívida pública, que são adquiridos por investidores – os ricos – que por sua vez, ao resgatarem esses títulos, esses valores serão corrigidos. Com juros altos, é mais dinheiro que o governo é obrigado a pagar.

Juvandia Moreira explica que o governo está gastando em torno de R$ 600 bilhões com o serviço da dívida, a cada ano. “Imagina esse dinheiro na economia? Quantas casas próprias, moradias populares, creches e hospitais. Então quanto mais alta a taxa de juros, mais o governo gasta”, ela conclui.

Vale lembrar que esses recursos são públicos, ou seja, é dinheiro do consumidor, do trabalhador e de empresas que pagam seus impostos. Desta forma, “ao invés do governo ter dinheiro para investir, gerar emprego e renda, o governo tem que pagar para o mercado financeiro, para os especuladores”, reafirma a vice-presidenta da CUT.

Profecia: Ainda em 2021, quando o projeto havia sido aprovado no Senado, em entrevista ao Portal da CUT, o economista e presidente do Instituto Lula, Marcio Pochmann havia dito que a autonomia escondia uma parcialidade já que a instituição ficaria distante de políticas governamentais.

“Nas mãos do mercado financeiro, o BC não atuará numa uma política de incentivo ao emprego e à renda. O trabalhador também será prejudicado com uma política de juros altos que influenciam a habitação, seus gastos pessoais, as contas no supermercado. A vida ficará mais difícil para quem precisa de crédito pra comprar bens duráveis, de consumo, como carros, imóveis e até a possibilidade das empresas contratarem em investir em obras”, disse o economista à época.

O fato se consumou. Hoje, Campos Neto, alheio à queda da inflação e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apresentada nos últimos meses, insiste em manter a taxa de juros em patamar elevado, argumentando que a economia ‘ainda precisa dar sinais de estabilidade’.

Banco Central independente trava o desenvolvimento e gera desigualdade

Segundo cálculos do próprio Banco Central para cada 1% de elevação da taxa de juros a dívida pública do país sobe em R$ 38 bilhões. De acordo com economistas, caso a taxa fosse reduzida em apenas meio ponto percentual durante um ano, isso já garantiria o orçamento de 2023 para o Programa Minha Casa Minha Vida.

“Se você tem uma taxa 5% acima do que deveria custar, isso custa R$ 190 bilhões de reais. O governo fica fazendo economia de meio bilhão, um bilhão, mas gasta quase 200 bilhões em razão de uma taxa nessa altura”, explicou o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, na última quinta-feira (22), em entrevista coletiva em Brasília.

Um estudo do Banco Mundial de 2021 aponta ainda que a independência do BC provoca uma desregulação da economia e dá liberdade total aos mais ricos, explodindo o valor dos ativos (os títulos da dívida pública, por exemplo) no mercado, privilegiando exclusivamente as elites.

“Observe que, neste modelo, a desigualdade é um efeito colateral e não um objetivo em si. Não estamos afirmando que o BC independente está causando desigualdade. Em vez disso, estamos postulando que ele modifica os incentivos dos formuladores de políticas para adotar políticas de compensação”, explicam os economistas Michael Aklin (Universidade de Pittsburgh), Andreas Kern (Universidade Georgetown) e Mario Negre (Banco Mundial), responsáveis pela pesquisa

O estudo analisou dados de 121 países, no período de 1980 a 2013, e descobriu que durante esse intervalo de tempo os mais ricos aumentaram sua fatia na renda total dessas nações, em prejuízo das camadas de menor renda.

“O impacto foi especialmente severo para os 10% mais pobres, mas também foi negativo e estatisticamente significativo para os 60% da população com menor renda”.

Luta da CUT contra os juros altos

Após intensa mobilização a fim de pressionar Campos Neto a baixar os juros, a CUT, centrais sindicais e movimentos populares irão ao Senado Federal exigir ações para reverter a política monetária atual, praticada pelo Banco Central comandado por Campos Neto.

“A autonomia do Banco Central e a manutenção de Roberto Campos Neto, um agente do então governo Bolsonaro, como presidente dessa instituição essencial à regulação macroeconômica, beneficiam a minoria de especuladores e rentistas, em prejuízo da classe trabalhadora, quem produz, comercializa, presta serviços, enfim, da maioria da população, que não aguentam as altas taxas de juros praticadas do Brasil”, diz trecho de nota publicada no dia 21 de junho.

O posicionamento expresso da Central é de ”o Senado Federal deve tomar as medidas cabíveis para retirar da presidência do BC - um inimigo do Brasil”. 

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A taxa de desemprego no Brasil foi de 8,5% no trimestre móvel terminado abril. Este índice é o menor dos últimos oito anos, para o período analisado. Em 2015 a taxa ficou em 8,1%. Na comparação com o mesmo período do ano passado o índice de 2023 também recuou em 2% - antes era de 10,5%.

Já em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre novembro de 2022 e janeiro deste ano, a taxa ficou praticamente estável. Naquele período, o desemprego foi de 8,4%. Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A analista da pesquisa do IBGE, Alessandra Brito, afirma que a estabilidade no índice de desemprego no período analisado é diferente do padrão, quando normalmente sobe.

“Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, explica a analista da pesquisa.

População ocupada e desocupada

A população desocupada ficou em 9,1 milhões de pessoas contra 9 milhões do trimestre, fechado em janeiro deste ano. Já o número de pessoas ocupadas, de 98 milhões, recuou 0,6% (ou menos 605 mil pessoas) na comparação com os resultados do trimestre anterior.

Na comparação anual o número de pessoas desocupadas diminuiu em 2,3 milhões (19,9%).

“Essa redução faz parte da tendência sazonal observada na série histórica. Quando se compara abril com janeiro, essa redução tem ocorrido, exceto pelo período da pandemia”, lembra Brito.

Em abril, número de empregados sem carteira e de trabalhadores domésticos recua

Os resultados da PNAD Contínua para abril também mostraram que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado recuou 2,9% em relação ao trimestre terminado em janeiro, ficando em 12,7 milhões. Também o contingente de trabalhadores domésticos recuou: diminuiu 3,2% e chegou a 5,7 milhões de pessoas.

Os contingentes de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (36,8 milhões), de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) e de empregados no setor público (12 milhões) ficaram estáveis em abril.

Rendimento e taxa de informalidade

O rendimento e a taxa de informalidade ficaram estáveis. A taxa de informalidade foi estimada em 38,9% da população ocupada, o que significava 38 milhões de trabalhadores informais em abril. No trimestre anterior, a taxa era de 39%, enquanto em abril de 2022, de 40,1%.

Já o rendimento real habitual ficou em R$ 2.891, estabilidade frente ao trimestre encerrado em janeiro, mas com crescimento de 7,5% na comparação anual. A massa de rendimento real habitual, de R$ 278,8 bilhões, também demonstrou estabilidade na comparação entre trimestres, com crescimento de 9,6% no confronto com abril de 2022.

Com informações do IBGE. Confira os dados completos da pesquisa aqui

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O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a minimizar o problema da fome, que aumentou em seu governo, e a desprezar o drama dos trabalhadores e trabalhadoras, que sofrem com as altas taxas de desemprego, que atinge 9,9 milhões de pessoas, sem contar os 39,3 milhões que estão na informalidade, 13,1 mihões trabalhando na iniciativa privada sem carteira assinada e 25,9 milhões por conta própria.

Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (21), em entrevista à emissora católica Rede Vida que a população brasileira pobre está “acostumada” a não aprender uma profissão.

“São pessoas que foram, ao longo dos anos, acostumadas a não se preocupar ou o Estado negar uma forma de ela aprender uma profissão”, pontuou o presidente, de acordo com o site Metrópoles.

Sobre a fome, Bolsonaro disse que "tirar as pessoas da linha da pobreza é um trabalho gigantesco". O candidato voltou a afirmar que o número de pessoas que passam fome no Brasil é superestimado.

No governo Bolsonaro, o Brasil atingiu a triste marca de 125 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira (212,6 mi), que não têm o que comer nas três refeições diárias necessárias, e 33,1 milhões passando fome todos os dias. É o maior número de brasileiros com fome desde os anos 1990, quando órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros, começaram a pesquisar a insegurança alimentar, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que “não é esse número todo” de pessoas que passam fome no país. Segundo o mandatário, quem vive abaixo da linha da pobreza pode recorrer ao Auxílio Brasil.

O presidente talvez não saiba, mas em 12 capitais brasileiras, incluindo Brasília, a cesta básica custa mais do que valor do Auxílio Brasil. Isso significa que milhares de pessoas no país não estão conseguindo comprar sequer o mínimo para ter as calorias necessárias e se alimentar três vezes por dia, se dependerem apenas do benefício para sobreviver.

Além disso, no Orçamento da União para 2023 que o presidente mandou para o Congresso, o valor previsto para o Auxílio Brasil no ano que vem é de R$ 405. 

Sem contar que milhares de pessoas estão a fila e não conseguem sequer se inscrever no programa e, para piorar ainda mais a situação, Bolsonaro cortou 95% da verba do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O órgão é responsável pela rede de atendimento aos vulneráveis nos municípios que cuida da gestão do Cadastro Único (CadÚnico). Esse é o primeiro lugar que milhares de famílias na miséria procuram para se cadastrar para receber o Auxílio Brasil e outros benefícios, como o vale-gás.

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

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O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a minimizar o problema da fome, que aumentou em seu governo, e a desprezar o drama dos trabalhadores e trabalhadoras, que sofrem com as altas taxas de desemprego, que atinge 9,9 milhões de pessoas, sem contar os 39,3 milhões que estão na informalidade, 13,1 mihões trabalhando na iniciativa privada sem carteira assinada e 25,9 milhões por conta própria.

Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (21), em entrevista à emissora católica Rede Vida que a população brasileira pobre está “acostumada” a não aprender uma profissão.

“São pessoas que foram, ao longo dos anos, acostumadas a não se preocupar ou o Estado negar uma forma de ela aprender uma profissão”, pontuou o presidente, de acordo com o site Metrópoles.

Sobre a fome, Bolsonaro disse que "tirar as pessoas da linha da pobreza é um trabalho gigantesco". O candidato voltou a afirmar que o número de pessoas que passam fome no Brasil é superestimado.

No governo Bolsonaro, o Brasil atingiu a triste marca de 125 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira (212,6 mi), que não têm o que comer nas três refeições diárias necessárias, e 33,1 milhões passando fome todos os dias. É o maior número de brasileiros com fome desde os anos 1990, quando órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros, começaram a pesquisar a insegurança alimentar, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que “não é esse número todo” de pessoas que passam fome no país. Segundo o mandatário, quem vive abaixo da linha da pobreza pode recorrer ao Auxílio Brasil.

O presidente talvez não saiba, mas em 12 capitais brasileiras, incluindo Brasília, a cesta básica custa mais do que valor do Auxílio Brasil. Isso significa que milhares de pessoas no país não estão conseguindo comprar sequer o mínimo para ter as calorias necessárias e se alimentar três vezes por dia, se dependerem apenas do benefício para sobreviver.

Além disso, no Orçamento da União para 2023 que o presidente mandou para o Congresso, o valor previsto para o Auxílio Brasil no ano que vem é de R$ 405. 

Sem contar que milhares de pessoas estão a fila e não conseguem sequer se inscrever no programa e, para piorar ainda mais a situação, Bolsonaro cortou 95% da verba do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O órgão é responsável pela rede de atendimento aos vulneráveis nos municípios que cuida da gestão do Cadastro Único (CadÚnico). Esse é o primeiro lugar que milhares de famílias na miséria procuram para se cadastrar para receber o Auxílio Brasil e outros benefícios, como o vale-gás.

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

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Cerca de três em cada dez trabalhadores e trabalhadoras desempregados estão procurando se recolocar no mercado de trabalho há mais de dois anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O total de trabalhadores desempregados há mais de 2 anos chegou a 2,985 milhões no final do segundo trimestre de 2022, cerca de 29,6% do total de desempregados no país, estimado em 10.080 milhões de pessoas.

Outros 4,3 milhões desistiram de procurar depois de muito tentar e não conseguir um emprego, são os trabalhadores que o IBGE chama de desalentados. Os desalentados não entram no cálculo do   desemprego. De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), só é considerado desempregado quem tem idade para trabalhar, mais de 14 anos, não está trabalhando, mas está tentando encontrar um trabalho.

De acordo com a análise trimestral dos dados do IBGE, quanto mais tempo o trabalhador fica desempregado – procurando vaga ou desalentado -, maior é a dificuldade de conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.

O levantamento do IBGE mostra ainda que a   maioria dos trabalhadores que procurava uma vaga no final do segundo trimestre deste ano estava na fila do desemprego há mais de um mês, porém a menos de um ano.

No segundo trimestre de 2020, auge da crise provocada pela pandemia, os desempregados nesta faixa representavam 58% do total, proporção recorde de toda a série histórica da pesquisa.

Já a menor parcela (12,2%) estava na fila há mais de 1 ano, mas há menos de 2 anos. Os que buscavam nova vaga há menos de 1 mês somavam 15,7% do total de desempregados.

Fila de desemprego de 2 anos é maior no Nordeste

A Região Nordeste registrou a maior proporção de pessoas desempregadas há mais de dois anos (35,1%).

Em seguida estão as regiões Norte, com 28,9%, Sudeste (28,6%), Sul (22,8%), e Centro-Oeste (19,9%).

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Sobreviver não está sendo nada fácil para milhões de brasileiros e brasileiras que veem no subemprego e no bico uma forma de conseguir algum trocado para não passarem fome. A situação econômica do país é tão grave que a queda no desemprego anunciada com estardalhaço pelo governo federal esconde, na verdade, uma tragédia social. 

A maioria dos empregos gerados de maio de 2021 a maio de 2022, foi para profissões de baixa remuneração. A campeã foi a dos faxineiros que, no  período, criou 163,4 mil novos postos de trabalho, ou 6,15% de todas as vagas geradas no país com carteira assinada (2,66 milhões), segundo análise feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a partir dos dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, a pedido do G1.

O mesmo estudo revela que, juntas, 128 de 140 categorias profissionais responsáveis por 72% das vagas criadas com carteira assinada no país, estão com remuneração média abaixo da inflação acumulada em 12 meses. Entre os que mais perderam renda estão motoristas de ônibus urbano e auxiliar administrativo, com perda real de 19%. Na outra ponta, quem teve uma valorização maior foram os médicos clínicos cujo salário de admissão teve ganho real de 35,6% em um ano.

Enquanto a inflação dispara, a renda média de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros caiu 8%. Nos últimos anos, a moeda brasileira perdeu mais de 30% de seu poder de compra. O custo do conjunto básico de alimentos teve um aumento ainda maior: em São Paulo esse aumento foi de quase 50%. 

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Em linhas gerais, a análise dos números do Caged é a reafirmação da tragédia que significou a reforma Trabalhista de 2017, o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), e as políticas de Jair Bolsonaro (PL) em que o trabalhador tem menos direitos, afirma o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo.

“São poucas vagas criadas e com salários menores. A formas de contratações são piores, não necessitam de mão de obra especializada do ponto de vista acadêmico e de formação profissional, daí a baixa remuneração”, diz Ariovaldo.

Hoje, o trabalhador não tem perspectiva de encontrar uma remuneração que resolva seu problema financeiro, que dê a valorização necessária para que ele possa desenvolver a sua vida, como vivenciamos no início da década passada
- Ariovaldo de Camargo

Para o economista Marcio Pochmann, a retomada dos empregos nada mais é do que o retorno ao trabalho do setor de serviços mais impactado com a pandemia, pelo fechamento de comércios e a menor circulação de pessoas nas ruas. A flexibilização das regras para conter a Covid-19 fez com que as atividades normalizassem e os empregos que estavam retraídos começaram a voltar, o que segundo o economista, não significa retomada de crescimento nem, como mostra o estudo da CNC, a melhoria das condições de renda do trabalhador.

“Com a diminuição da gravidade dos casos de Covid, graças à vacinação, a população está indo mais às ruas e para sobreviver faz de tudo, principalmente vendas de alimentos e entregas por aplicativos. Nós ainda não voltamos ao nível de emprego registrado em 2014”, diz Pochmann.

Essa volta não é de novos empregos, mas é a volta do que havia sido paralisado e não está associado a qualquer impulso econômico mais vigoroso. Na verdade, os dados do Caged revelam uma grande dificuldade de recuperação
- Marcio Pochmann

A recuperação da renda e do emprego para o trabalhador passa pela volta da política de valorização do salário mínimo, que o atual governo terminou, entre outras ações, defende o secretário da CUT Nacional.

“O levantamento da CNC é a confirmação de que, com a reforma Trabalhista, teríamos emprego de péssima qualidade, perda de remuneração e, em especial, a precarização de uma grande parte da sociedade. Quase a metade dos trabalhadores não tem emprego formal, e uma hora o preço a ser cobrado será muito alto”, avalia Ariovaldo de Camargo.

O resultado das altas taxas de desemprego, da baixa remuneração e alta da inflação é que cada vez mais famílias estão endividadas. A inadimplência chega a 58% nas famílias com renda de até R$ 2.100. Ou seja, uma em cada três famílias brasileiras possui dívidas em atraso, e a alta da inflação é apontada como o principal fator para que essas despesas não sejam pagas em dia, segundo sondagem especial realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). 

Para piorar, segundo Ariovaldo, o governo abre crédito consignado para quem vai receber os R$ 600 do Auxílio Brasil até o final do ano e para os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e ainda apresenta projeto para que as pessoas possam penhorar a casa própria aos bancos

“O governo está induzindo uma parcela da sociedade que recebe auxílios e, portanto, é a mais vulnerável, a se endividar para superar a fome, mas o valor é momentâneo, e  lá na frente essas pessoas não terão condições de resolver a dívida e terão até o imóvel confiscado”, critica o dirigente da CUT Nacional.

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Esse conjunto de tragédias que se abate sobre a população é resultado de uma política econômica errada do governo federal, diz o economista Marcio Pochmann. De acordo com ele, as atividades econômicas de natureza capitalista têm dificuldade de se expandir num país que tem um contingente imenso de sobra de mão de obra e de pessoas fazendo bicos para sobreviver.

“O IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] diz que [os empregos informais] são ocupações, mas é a reação das pessoas na busca de algum ganho para vida que, necessariamente, não está associado ao desempenho econômico que eleve a demanda da força de trabalho. São estratégias de sobrevivência para quem depende de salário”, explica o economista.

Para Marcio Pochmann, o problema do desemprego, da inflação e o endividamento das famílias é de natureza política.

“Temos terra para plantar, temos reservas financeiras internas e externas, temos mão de obra qualificada e obras inacabadas. O problema é político, a partir do momento em que o empresariado desconfia do que vai ocorrer na economia nos próximos anos, e só uma nova política pode resolver”, afirma o economista.

Maquiagem dos dados de emprego

O governo maquia os dados do emprego desde que mudou a fórmula de cálculo Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged). Antes do golpe, em 2016, o Caged, que registra as demissões e admissões de trabalhadores, informadas pelas empresas, contabilizava apenas empregos formais, com carteira assinada e por prazo indeterminado. Depois da destituição da presidenta Dilma, passou a contabilizar também a nova modalidade de contratos, os intermitentes, legalizados pela reforma Trabalhista de Michel Temer (MDB-SP), e os aprendizes.

O contrato intermitente é contabilizado pelo Caged apesar de permitir que o patrão chame o trabalhador apenas quando precisar. Pode ser apenas nos fins de semana, por exemplo, ou quando a produção aumentar. O empregado não trabalha os 21 dias úteis de cada mês e pode ganhar menos de um salário mínimo (R$ 1.212) por mês.

“O novo Caged rompe com qualquer abordagem comparativa com o passado. Os dados apresentados não podem ser comparados com outra série histórica de emprego quando o país estava bem economicamente”, ressalta Pochmann.

Escrito por: Portal CUT Brasil (Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz)

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Estudo da B3 Social e a Fundação Arymax, em parceria com o Instituto Veredas, revela que 32,5 milhões de brasileiros e brasileiras têm trabalhos precários. Deste total, 19,7 milhões (60,5%) sobrevivem de bicos que não lhes garantem um salário sequer para suprir suas necessidades básicas. São os chamados informais de “subsistência”, que aceitam trabalhos de até dois salários mínimos (R$ 2.424)

Os bicos foram legalizados pela reforma Trabalhista de 2017, no governo Michel Temer (MDB), por meio do trabalho intermitente, que não estabelece um salário fixo. A nova modalidade prevê que o trabalhador fique à disposição do patrão e só receba pelos dias ou horas em que for chamado para trabalhar, podendo, portanto, receber menos de um salário mínimo por mês.

Outra criação da reforma de Temer é o que os pesquisadores chamam trabalhadores formais frágeis, que é como eles definem pessoas que têm carteira assinada ou CNPJ, desempenham funções com remuneração mais baixa e enfrentam situações de incerteza ou vulnerabilidade, assim como os informais. A pesquisa constatou que dos 32,5 milhões de informais, 6,9 milhões (21%) são  trabalhadores formais frágeis.

“Esse é o resultado dos ataques aos direitos dos trabalhadores promovido pela reforma de Temer, que prometeu gerar 6 milhões de empregos, mas o que conseguiu foi aumentar o desemprego, a precarização do trabalho, a exploração sem limites do trabalhador”, diz o secretário de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Ari Aloraldo do Nascimento.

“Muitos ganhavam um salário mínimo e mesmo os que tinham uma situação melhor perderam o emprego formal e foram empurrados para a informalidade. Por isso que há essa vulnerabilidade social”, diz Ari Aloraldo, se referindo aos 33 milhões de brasileiros que convivem com a fome no Brasil.

“Como o atual presidente da República não fez a contrarreforma, muito tempo contrário, tentou aprofundar a reforma de Temer, e ainda acabou com a política de valorização do salário mínimo, o trabalhador tem de escolher entre comer, pagar as contas, ou ter um lugar morar”, analisa o dirigente.

Só em São Paulo, a população em situação de rua cresceu 31% em 2 anos – de 24.344, em 2019, para 31.884 no final de 2021. Para Ari, é o emprego precarizado que tem levado famílias inteiras a morar nas ruas da capital paulista.

“Eu vejo na região onde moro, pais e mães de família trocando de roupa no meio da rua, colocando um jeans, uma camisa ‘melhor’ e ir para o trabalho que, com certeza, é um bico, sem carteira assinada, sem FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço], sem 13º salário, sem férias remuneradas”, pontua o dirigente.

Educação e racismo

Outra conclusão do estudo do B3 Social, Fundação Arymax e Instituto Veredas é o de que 75,4% desses 19,7 milhões de informais de subsistência, têm ensino fundamental incompleto ou inferior e 64% deles eram negros, o que demonstra que o Brasil é o país da desigualdade social e do racismo estrutural.

“O trabalhador brasileiro está jogado à própria sorte, depois que a reforma Trabalhista deu poder aos patrões de pagar uma miséria, e ainda não dar nenhum retorno à sociedade. Infelizmente, esses maus patrões não se importam de ver as mazelas da sociedade, como se eles não tivessem nenhuma reponsabilidade sobre essa crise, da mesma forma como o atual governo se comporta”, conclui Ari Aloraldo.

Características do trabalhador informal

O estudo apontou ainda que 5,2 milhões de informais pesquisados têm potencial produtivo e apenas 700 mil o são por opção.

Informais de subsistência: recorrem à informalidade para sobreviver em vagas de até dois salários mínimos

Informais com potencial produtivo: estão à frente do grupo anterior em formação e renda (de dois a cinco salários), mas seguem marcados pela incerteza

Informais por opção: têm mais de cinco salários mínimos e podem alcançar a formalidade, mas permanecem como informais para evitar custos ou burocracias

Formais frágeis: têm vagas formais (CNPJ ou carteira), mas ainda incertas e com baixa remuneração (até dois salários). Exemplos: trabalhos atípicos (intermitentes) e relações de emprego disfarçadas (contrato de assalariado não regular).

Metodologia

O estudo analisou o terceiro trimestre de 2021, a partir da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo.

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