Em publicação recente do Comitê de Oxford de Combate à Fome (Ofxam) ficou claro que a desigualdade no mundo é brutal. Os dados apresentados são impressionantes e é de deixar qualquer um, no mínimo, indignado. Vejamos: 1% da população mundial detém mais riqueza que os 99% restantes, o que aumenta ainda mais a distância entre os mais ricos dos mais pobres.
Não podemos deixar de lembrar que as riquezas são produzidas por trabalhadores e que estas riquezas, como podemos perceber, não são socializadas com os trabalhadores. Ainda mais grave e absurdo é saber que poucos têm muito e muitos tem pouco ou nada. Não é difícil dar exemplos, milhares de pessoas morrem de fome, milhares de pessoas morrem sem acesso à saúde ou por falta de recursos básicos. Enquanto isso, na outra ponta muitos faz sonegações de impostos, desvios, aplicações nos paraísos fiscais e especulações financeiras. Para eles, toda esta concentração de renda ainda não é suficiente, sempre querem mais, não admitem dividir os seus lucros com quem os ajudam a manter o seu alto padrão de vida.
Os ricos nunca perdem, eles sempre ganham, em períodos de dificuldades apenas ganham menos, mas em período de "vacas gordas" a choradeira é a mesma, nunca está bom. As desculpas são as mesmas: inflação, encargos, cotação do dólar, entre outros. Entra ano e sai ano e as dificuldades de transferir renda para os trabalhadores, através das convenções e acordos trabalhistas, continua. Eles ainda têm a coragem de oferecer em mesa de negociação índice abaixo da inflação, como se os trabalhadores não tivessem contas à pagar e outras necessidades.
Exemplos dessas dificuldades é a negociação do piso estadual de salário de Santa Catarina, nas prefeituras municipais e em todas as negociações entre trabalhadores e empregadores. Se quisermos um mundo melhor é preciso mudar muitos conceitos sociais, entre eles o individualismo, a solidariedade, o respeito pelo próximo, o reconhecimento de valores, entre outros. Se cada um de nós tivermos a capacidade de se colocar no lugar do outro, podemos fazer um mundo diferente onde todos possam ter tudo e não alguns privilegiados.
Por Rogério Manoel Corrêa